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terça-feira, 16 de março de 2021

Jujuy - Dia 4: Iruya - Salta (ADN Travel)

E chegamos ao quarto dia em Jujuy!

Como nos outros dias, acordei cedo, tomei café da manhã e me preparei para mais uma aventura. O tempo estava aberto e ensolarado. 

Caminhei do hostel até a sucursal da ADN Travel e com o grupo de apenas três pessoas formado, partimos para o passeio do dia.

Água e pacote com balinhas e barrinhas de cereal oferecidos pela ADN Travel.

O guia do dia era o Gustavo, o mesmo do dia anterior, e dessa vez estávamos em um veículo 4x4, um Toyota Hilux. Só assim mesmo para aguentar a estrada que leva à Iruya (mais pra frente vocês vão entender).

Pegamos a RN9, em direção à Humahuaca e paramos numa loja de estrada, que fica na altura de Uquía. 

A loja se chama Arte Guanuco e sua fachada chama a atenção por ser uma lhama gigante!

Arte Guanuco - RN9, Uquía - Jujuy.

A loja é enorme e vende de tudo. Tem artesanato, souveniers, comidas regionais (doces, biscoitos, etc) e até fazem câmbio de dinheiro. Aos fundos da loja tem banheiros e um local onde eles fabricam cerâmicas.

Durante a parada, aproveitei para tirar algumas fotos.



RN9.

RN9.

HORNADITAS

Mais ou menos 14,9 km depois de Humahuaca, uns 16 minutos de estrada na RN9, km 1831, em direção ao norte, é possível encontrar a entrada para a estradinha que leva à comunidade de Hornaditas.   

O guia nos levou para conhecer os cactos gigantes e mais antigos da região que ficam próximo dali.

Aqui haviam algumas oferendas ao pé da árvore. A cultura andina nessa comunidade, que é uma das mais antigas da região, é muito forte. 


Eu e um cardón abuelo rsrs.

Nessa última foto, reparem na altura do cacto. Eu já sou baixinha, tenho 1,54 kkkkkkk só não me perdi mais na foto, porque eu achei que o ângulo favoreceu, me esticou um pouquinho kkkkkkkkk

O guia nos explicou que quanto mais "braços" o cacto tem, mais antigo ele é. E esse aí é o vovô dos cactos, o mais antigo da região. 

Eu gostei muito dessa parada na região da comunidade de Hornaditas, rápida, porém valeu pelas descobertas. Muito bacana!

Saindo de lá, seguimos viagem na RN9 em direção à Iruya.

Para chegar em Iruya tem que pegar a RN13, que pertence à província de Jujuy e a RN133 que já pertence à Salta. Sim! Iruya já fica em outra província.

De Tilcara a Iruya, sem paradas, são aproximadamente 2h30min de carro. E galera! A estrada é rústica, então é terra e pedra, você vai chacoalhando praticamente a viagem inteira e tem muita curva. E olha que estávamos com um veículo 4x4 que é pau pra toda obra, mas chega a ser um passeio cansativo só pra chegar até lá.

Só que tem recompensa: um visual incrível, cenário de filme mesmo. Por vezes eu me senti no filme O Senhor dos Anéis, sabem? Aquelas montanhas maravilhosas, umas até tinham o topo com neve; rios, inclusive passamos dentro de um, enquanto ele ainda estava baixo rsrs; tem até uma montanha que parece um dragão...ai eu amei tudo! Fiquei assim abobada mesmo com tudo o que os meus olhos estavam registrando naquele dia. Parecia que eu estava em outro mundo. Eu achei surreal! 

E a todo momento eu pensava: meu Deus! Quantas vezes a gente vai tão longe pra conhecer um cenário diferente do que estamos acostumados? E esses lugares maravilhosos aqui bem do nosso lado! Na terra dos nossos hermanos. Chega a ser injusto!

Vocês já perceberam que essa viagem me deixou literalmente viajando mesmo né? Eram muitas emoções kkkkk e reflexões.

RN13 e RN133 - O caminho à Iruya

O caminho, como eu disse, é nível hard e pra tirar foto e filmar foi difícil! Mas eu tentei.

Uma cidadezinha chamada Iturbe rsrs me lembrou Youtube.

Esse lugar todo colorido é um cemitério. Isso mesmo!

Nós passamos por um cemitério. O guia nos explicou que na cultura andina quanto mais enfeitado e mais colorido for o túmulo de alguém, mais querida essa pessoa foi em vida. 

Haviam duas argentinas comigo e elas me perguntaram se eu já tinha assistido ao filme Coco da Disney, que é o nosso Viva – A Vida É uma Festa, porque nesse filme eles falam bastante sobre essa alegria e celebração no día de los muertos. E por muito pouco eu não estive por lá no dia das celebrações, que acontecem no dia 02 de novembro, eu cheguei no dia 04 :(

Eu achei essa cultura fascinante! É realmente muito bonito pensar na morte dessa maneira mais leve e alegre do que estamos acostumados.

Continuando na estrada...

Eu sou apaixonada por esse tipo de cenário.

Certeza que na outra vida eu morava nas montanhas rsrs Fiquei fascinada por esses lugares.

Estávamos seguindo pela estrada quando o nosso guia perguntou quem queria ir ao banheiro. Eu fiquei imaginando onde teria um banheiro naquele fim de mundo e ele todo brincalhão disse que era um banheiro do tipo ecológico. Sim! Nós paramos num lugar muito alto e lá tinha uma casinha de pedra, onde atrás dela você simplesmente fazia seu xixi ao ar livre acompanhada de uma paisagem maravilhosa e ventinho soprando, enfim, liberdade galera! Libertad!

Nesse mesmo local havia uma espécie de mirante, o Abra El Cóndor. Estávamos a 4.000 metros acima do mar.



E depois de mais estrada, enfim chegamos à Iruya!



Quando chegamos por lá, nós exploramos as redondezas.

Pelas ruas de Iruya.


Iglesia de Iruya.

Essa igreja fica logo na entrada da cidade e em frente à ela tem um muro de pedra, onde você pode tirar fotos muito fofas, por conta dessas luminárias e essa grade charmosas, com vista para as montanhas.



Depois dessa voltinha em Iruya, o guia nos levou para almoçar no Federico III Hosteria Restaurante Confiteria.

Federico III Hosteria Restaurante Confiteria.

Eu fiquei encantada com essa decoração do restaurante.
 
Lustre diferentão.

Eu pedi o prato Reina Andina: papas e pollo al vino tinto (batatas e frango ao vinho tinto). E lógico como entrada teve uma empanada de carne. Tava tudo uma delícia!

Empanada de carne como entrada.

Reina Andina.

Depois das refeições, nós seguimos ao Mirador de la Cruz, que é o mirante da cidade de Iruya, pra ver a cidade bem lá de cima. 

Vista de Iruya do Mirador de la Cruz.

Mais montanhas, porque eu gosto de montanhas rsrs

Depois de sairmos do mirador, andamos mais pela cidade, que é pequena sim, é humilde sim, mas que te faz pensar como seria possível uma cidade no meio do nada, no meio de um monte de montanha gigantesca, isolada, porém em desenvolvimento, com internet, com tudo o que é necessário nos dias de hoje. Sei lá, de novo, tive a sensação de miudeza nesse mundão de meu Deus, onde tudo é possível. Acreditem. Tudo. 

Ter contato com esses povos me fez repensar muita coisa. É um ótimo exercício de humildade, valorização, capacidade e tantas outras questões. 


Whipala.

Essa bandeira colorida aí é a Whipala, o emblema das nações andinas, dos povos dos Andes. É considerada sagrada, um símbolo de união desses povos, representando resistência e diversidade. Eu caminhava com uma argentina e ela me contou um pouco sobre a bandeira e tudo o que ela significava.

Ela é formada por 49 quadrados coloridos, com uma faixa de quadrados brancos no meio, em diagonal.

A cultura andina é sempre muito forte e presente nas cidades do norte da Argentina. É algo realmente muito interessante.



E depois de tirar fotos e curtir Iruya era hora de dar tchau para esse lugar especial no meio do nada.

Eu digo a vocês: vale muito a pena conhecer Iruya, não só pela cidadezinha que nos ensina tanto em tão pouco tempo, mas também pelo caminho até ela que é simplesmente indescritível! Eu fiquei pasma com tanta beleza pelo caminho e não consigo explicar em palavras, é preciso ver com os próprios olhos. 

Peço até perdão por não trazer mais registros fotográficos aqui pra vocês, porque foi uma tarefa árdua, devido ao sacolejo de todo o caminho rsrs mas eu guardei cada detalhe na minha mente e no coração pode ter certeza. E espero que eu tenha conseguido transmitir isso aqui pra vocês.

Não deixem de visitar essas cidades no meio do nada quando tiverem pelo norte da Argentina e Iruya é só uma delas. 

Foi muito cansativo, o caminho é demorado pra caramba, não tanto por conta do tempo, mas porque é tudo muito rústico, aventura raíz, então tudo fica mais intenso. Cheguei quebrada em Tilcara, mas valeu a pena! Eu amei esse passeio. 

Este foi meu último passeio com a ADN Travel e eu recomendo muito o serviço deles, foi tudo perfeito, não tenho o que falar. 

Mas é como eu comentei aqui, se você é do tipo aventura, estiver disposta ou disposto a ficar mais tempos nos lugares, conhecer de Jujuy a Salta, de uma ponta a outra, sem ficar dependente de horários programados, e já for acostumado aos efeitos da altitude, alugue um carro e se jogue! Vai ser muito mais incrível, pode ter certeza! 

Lógico que antes de programar uma road trip, o interessante é pesquisar sobre tudo e já chegar nos lugares armados de muita informação, pra não passar perrengue e assim diminuir a probabilidade de estragar a viagem com imprevistos, muitas vezes até bobos. 

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Já em Tilcara, eu aproveitei que estava por ali no centrinho e fui na rodoviária consultar as saídas dos ônibus à Purmamarca, pra onde eu planejava voltar no dia seguinte. 

Horários consultados, dei um pulo no Dirección de Turismo Tilcara, que fica na Belgrano, 366, que é um local para informações turísticas da cidade. Eu conversei com uma moça simpática que me explicou sobre o passeio à Garganta Del Diablo, uma atração de cachoeira e canyons que eu estava cogitando ir, mas que no fim não fui (depois vai ter mais explicação sobre Tilcara, num post só dela).

Mapa de Tilcara.

Depois de colher informações para os meus passeios por conta, alone by myself rsrs, dos próximos dias, eu escolhi o restaurante La Peña de Carlitos para jantar. Ele fica em frente à pracinha de artesanatos, na Rivadavia, Y4624.

Lugar muito aconchegante, com comida gostosa, atendimento ótimo e com uma decoração bem diferente. As paredes são rabiscadas pelos visitantes do local. Não tem nem mais espaço, uma loucura!


No post de Tilcara vai ter foto melhor, com a iluminação melhor.

Ensalada Primavera com acompanhamento de pães e molhos = ARS140,00.

Fiquei super satisfeita e parti pro hostel feliz. 😃

Mas ainda não acabou por aí, no caminho ao hostel eu conheci um docinho tipo brigadeiro, com castanha e doce de leite. Hummmmm...

Eu estava caminhando pela Lavalle, em frente à praça da Igreja e passando pela calçada havia um mocinho oferecendo a degustação de um pedacinho de doce que eles faziam e vendiam ali numa Casa de Té, Cafeteria. Eu provei o tal doce! Que delicinha! O nome é Marquis e eu decidi levar um pedaço para comer no hostel, como sobremesa. Amei!

Marquis.
E aí sim finalizei o dia.

Não perca os próximos posts, onde o roteiro foi por minha conta, conhecendo mais de Purmamarca e Tilcara. Até mais!


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