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segunda-feira, 15 de fevereiro de 2021

Jujuy - Dia 1: Voo, San Salvador de Jujuy e chegada à Tilcara

Embarquei num domingo ao entardecer, no Aeroporto Internacional de Guarulhos, Brasil, num Boeing 737-700 da Aerolíneas Argentinas, com destino à Buenos Aires, Argentina. 

Boeing 737-700.

As poltronas eram de couro, não tinha tela para entretenimento e percebi que se tratava de uma aeronave antiga, o que me lembrou muito as aeronaves da Aeromexico, que já falamos por aqui em outra viagem.

Não estava inclusa refeição, até porque a duração média desse voo é de 2h50min. Mas teve sim um lanche: pão de forma com presunto e queijo, um alfajor (clássico argentino!) e bebida, que poderia ser repetida: café, chá, água ou refrigerante.

Lanche da Aerolíneas Argentinas - trecho SP-Buenos Aires.

O voo foi bem tranquilo. 

Agora, pausa para apreciar essa visão noturna da chegada à Buenos Aires! Eu nunca tinha visto cidade tão iluminada e bonita lá de cima, à noite. 

O avião aterrissou no Aeroporto de Ezeiza, em Buenos Aires. Descemos na pista e pegamos um ônibus que nos levou até a imigração, onde haviam filas para Mercosul, Estrangeiros e Residentes. Nós somos da galera do Mercosul e foi pra lá que segui!

Próximo à saída da imigração havia uma cabine da Tienda León, onde passei para validar o voucher do transfer gratuito, disponibilizado pela Aerolíneas. Por que? Porque o voo para Jujuy saía do outro aeroporto de Buenos Aires, o Aeroparque, e eu tinha que seguir pra lá.   

O Ezeiza é enorme e bonito. 

Aeroporto Ezeiza, Buenos Aires.

O transfer fica do lado externo, no canteiro central da pista. É só pegar a fila e esperar o embarque no ônibus de viagem. Com o seu voucher em mãos.

Tienda León - Embarque do transfer.
  
    
Voucher do transfer.

O ônibus fez duas paradas. A primeira era da própria Tienda León, para quem comprou translados para hotéis, pelo que entendi no dia. A segunda sim é a do Aeroparque. É bom ficar atenta(o), mas mesmo assim, um moço passou vendo o voucher de cada um.

E galera, é bem distante um aeroporto do outro. Passamos por uns três pedágios, sem brincadeira!

Cheguei de madrugada no Aeroparque e esperei até o início da manhã para embarcar ao voo que me levaria à Jujuy. 

Vida de viajante: dormir largado pelos cantos e chão dos aeroportos kkkkkkk eu tive que me virar nos trinta para conseguir pelo menos dar um cochilo e descansar. Mas foi divertido!

OBS: na época não havia voo direto de São Paulo à Jujuy. Mas ouvi dizer que esse sonho existe sim Brasil! Se você tiver a oportunidade de pegar esse voo direto, vou te aconselhar: pegue!

Embarquei finalmente num Embraer 190 de Buenos Aires à Jujuy, a aeronave estava com a lotação máxima e era pequena.

O lanche dessa vez foi alfajor e bebida. No meu caso, peguei água mesmo. E olha, chega uma hora que você não aguenta mais alfajor kkkkkkkk e o negócio era muito doce pra comer pela manhã. Minha sorte foi que eu levei meus próprios lanchinhos: bolacha salgada e amendoim, por exemplo.  

Lanche da Aerolíneas Argentinas - trecho Buenos Aires-Jujuy.

Vista das montanhas da região norte da Argentina.

Enfim, cheguei à Jujuy pela manhã. 

Fachada do aeroporto de Jujuy: Gobernador Horacio Guzmán.

Parte interna do aeroporto de Jujuy, bem simples - dois andares: no térreo, o check-in e desembarque, e no primeiro andar, restaurante, lojas e embarque.

Na época, o aeroporto estava em reformas. Agora deve estar diferente e mais amplo. 

Logo que desci do avião, senti o ar ligeiramente rarefeito, afinal eu estava em Jujuy, a 1.259m acima do mar. Por isso, decidi me sentar um pouco, ficar por ali no saguão do aeroporto de Jujuy, ir ao banheiro, lavar o rosto e respirar, me acostumando com aquela mudança de ares, que logo passou. Nada aterrorizante. É só dar um tempo para o seu corpo acostumar. 

Uma dica maravilhosa é, antes de você viajar, tente preparar o seu condicionamento físico. No meu caso, eu caminhava e corria na esteira, fazia pilates e yoga, e tudo isso me ajudou muito a aguentar essa súbita elevação.

Depois disso, eu segui até o quiosque do que eles chamam de "minibus", que é tipo uma van, que na época custava 300 pesos e me levaria até a rodoviária de San Salvador de Jujuy.

Quiosques de serviços de táxi, translado e aluguel de carro.

Só que eu perdi o horário kkkkk o minibus havia saído às 07:30 e já eram 08:25. Então eu saí na parte externa do aeroporto e encontrei um táxi compartilhado, que me custou a bagatela de 200 pesos, porque dividi com mais duas pessoas. O taxista deixou a gente na Plaza Belgrano, no centro de San Salvador de Jujuy, que não ficava próximo à rodoviária, mas para onde eu já queria mesmo ir, porque lá está a famosa placa: Jujuy energía viva. Eu queria mesmo conhecer o lugar e é o centro comercial, onde eu encontraria um chip argentino pro meu celular.

A famosa placa: Jujuy energía viva e o Palácio do governo de Jujuy, ao fundo.

Plaza Belgrano.


Depois de um tour pela principal praça da cidade de San Salvador de Jujuy, eu segui em direção ao centro comercial logo ali ao lado, na rua Gral. Belgrano. E tem de tudo nas redondezas: igrejas, museus, hotel, shopping, farmácias, restaurantes, lanchonetes e diversas lojas.  

Eu segui ao Annuar Shopping, para que eu pudesse comprar um chip de celular na loja da Claro. 


           

Na loja da Claro, eu comprei um chip por 10 pesos mais 150 pesos do plano de 2GB de internet por 10 dias com direito a ligações para dentro da Argentina. As operadoras da Argentina tem planos para turistas, que vão ficar pouco tempo por lá. Eu tive que apresentar um documento original com foto e foi tudo bem simples e rápido, apesar dessa fila aí que fazia na loja rsrs Já saí conectada!! 

Missão inicial cumprida. Eu saí do shopping e fui dar uma volta. Como já era hora de comer alguma coisa, eu parei num Subway ali mesmo, em frente à Plaza Belgrano. Um lanche me custou 150 pesos, fora a bebida, uma limonada, que foi 160 pesos, por aí.

De barriga cheia, lá fui eu para a próxima etapa do primeiro dia: seguir até a rodoviária de San Salvador de Jujuy, o Terminal La Nueva, para que eu pudesse pegar um ônibus até Tilcara, onde eu ficaria hospedada.

Peguei um táxi, dessa vez individual, que eu não lembro quanto custou, mas sei que não foi muito, porque de carro dali da Plaza Belgrano até o Terminal La Nueva é uns 15 minutos.

Enfim, cheguei ao Terminal de Ómnibus de Jujuy, vulgo Terminal La Nueva.


 


Comprei o ticket da empresa de ônibus Evelia e paguei 115 pesos de San Salvador de Jujuy a Tilcara. Eles chamam esse serviço de coletivo


Abaixo, imagens da estrada em direção à Tilcara.


E após 1h30min de viagem, cheguei à Tilcara. Ebaaaaa!!!!

Não tive problema nenhum com a altitude e olha que Tilcara está a 2.465m acima do mar! Já tinha subido mais ainda! E não senti nada.

Eu confesso que estava cansada sim, mesmo ainda sendo metade do dia, mas quando cheguei ao Hostel Antigua Tilcara e fiz meu check-in, a simpática Stephania, que me recebeu, deu a dica: às segundas-feiras o ponto turístico Pucará de Tilcara tinha entrada gratuita! Era óbvio que eu ia pegar esse boi! Vale a pena se programar hein?!

Fica a dica: o chip da Claro não pegou em Tilcara, aliás ele morreu muito antes, assim que saí da região de San Salvador de Jujuy. Mais uma vez, a Stephania (a moça do Hostel), me disse que na região só pegava a operadora Personal. 😒 Fiquei sem internet móvel, usando apenas o wi-fi do hostel, do qual falarei mais no post exclusivo da hospedagem, no final da série de posts dessa viagem.

A caminho de Pucará de Tilcara.

Pucará de Tilcara é um sítio arqueológico, um local histórico com ruínas de uma fortaleza dos antigos povos andinos. Lá também fica o Jardin Botanico de Altura, com espécies típicas da região. É um lugar de estudos e preservação.

Entrada de Pucará de Tilcara.

Jardin Botanico de Altura.

Cactos. Muitos cactos.
Proibidas escavações.
                      



O local fica num ponto alto de Tilcara, facilitando a vista de um trecho extenso da Quebrada de Humahuaca, como é chamada aquela região. 

Vista lá de cima no Pucará de Tilcara.

Eu entrei e caminhei por ali, onde haviam poucas pessoas. O cenário é deserto e é ótimo para observar, ficar em silêncio, com o vento no rosto (muito vento rsrs), apenas aproveitando a vista desse lugar maravilhoso.

Temos a sensação de ir subindo degraus.





No retorno ao hostel, dei uma volta pela cidadezinha de Tilcara e comprei empanadas de carne para provar, num restaurante chamado Kusikanky, que já estava quase fechando rsrsrs 

Paguei 15 pesos em duas empanadas, mas eram bem pequenas.

Empanadas.

A empanada lembra uma esfiha fechada e é muito boa. Aliás, meus amigos, come-se muito bem na Argentina e o tempero e sabor da comida deles é muito parecido com o nosso. 

Naquele primeiro dia no norte Argentino senti o nariz seco, por vezes. Então fica a dica: sempre que for pra lá, leve consigo soro ou algum descongestionante. Não senti falta de ar, mas senti a secura do ar castigar um pouco. Para aliviar eu usava descongestionante e sempre molhava as narinas, além de pegar uma toalha que o hostel fornecia e molhar para deixar ao meu lado durante as noites. Isso ajudou e muito!

Outra coisa que preciso falar, é que para enfrentar a altitude, caso você sofra com isso, muitos locais recomendam mastigar ou fazer o chá da folha de coca. 

Folhas de coca.

Apesar de não ser considerada uma droga, ela é tratada como algo ilícito, inclusive no Brasil é proibido o seu consumo e tratada como tráfico internacional de drogas, caso você traga na bagagem. 

Você não vai encontrar em farmácias e nem comércios regulares por lá no norte da Argentina. Talvez encontre-a em comércio de rua, mas também não é muito comum. Você vai encontrar no máximo na versão em bala e em chá, e ajuda sim a aliviar os sintomas da altitude. 

Lembrando que ela não é cocaína e muito menos proporciona os mesmos efeitos da droga.  

Alguns hotéis e hostels vão deixar disponível o chá para os turistas tomarem durante o café da manhã, por exemplo. Lembra muito chá matte, tem aquele gosto forte, meio amargo e cor escurecida. 

Se sentir os efeitos da altitude, ou "soroche" como eles falam, procure saber onde encontrar o chá ou a bala, os nativos sempre vão te ajudar quanto a isso.


E por aqui, encerramos o primeiro dia em Jujuy. 

Mas continua aí que no próximo post tem mais!

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